BRASIL: do arquipélago ao continente
Pode-se relacionar o referido mapa (1890) com o conceito de “meio natural”, que integra a tipologia (O estudo dos elementos similares que constituem uma dada composição arquitetônica.) da sucessão dos meios geográficos no Brasil. Entre o século XVI e o início do XX, é possível destacar que durante séculos o Brasil pode ser comparado a um “arquipélago” ou país desarticulado.
Em síntese pode-se destacar: o povoamento concentrado no litoral e ao longo dos rios; ausência de integração entre as áreas econômicas mais ativas e densamente povoadas, pois estavam isoladas umas das outras, comunicando-se apenas por via marítima; a ocupação econômica até meados do século XX, foi estimulada, principalmente, pela demanda de produtos para o comércio exterior.
O meio natural é evidenciado pelos ciclos econômicos ocorridos no Brasil, como a produção de açúcar no litoral nordestino, a exploração do ouro e de pedras preciosas a partir do século XVIII, responsável pela incorporação de novas regiões à fronteira econômica (os atuais Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). O Rio de Janeiro torna-se muito importante no cenário da mineração, devido às necessidades de escoamento e de fiscalização da produção mineral, tornando-se assim a capital da colônia em 1763.
O homem começa a se sobrepor ao império da natureza a partir do momento que o mesmo começa a construir e fazer uso de sistemas técnicos. A vigência desse meio geográfico é composta de vários subperíodos, durante os quais o território brasileiro incorporou máquinas, como telégrafos, ferrovias, portos, de forma seletiva, caracterizando-se esse meio por desigualdades regionais, como pode ser observado no mapa (1940) a seguir.
Associando as modificações ocorridas entre os mapas de 1890 e 1940, é possível salientar o desenvolvimento da economia cafeeira no Sudeste e um novo processo de valorização do território brasileiro, observando a transição entre o meio natural e o técnico.
Nesse período ocorre uma relativa integração do território, uma industrialização intensa em São Paulo e arredores, permitindo que a cidade e o Estado adquirissem papel central na vida econômica do país e a construção de Brasília durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), marco representativo do processo de interiorização do país.
Embora os dados naturais expliquem aspectos das atuais diferenças regionais do território brasileiro, nas últimas décadas o crescente acréscimo de ciência e tecnologia ao território configura-se como o elemento central da diferenciação.
O território brasileiro apresenta novas e significativas transformações como: infraestrutura e integração nacional; diversificação econômica e desconcentração industrial; nova fase de urbanização, onde a urbanização e povoamento que estavam exclusivamente no litoral passam agora para todo o território brasileiro, surgindo novas cidades médias em todo o país.
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