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sexta-feira, 10 de maio de 2013

TEXTO PARA 6ANO E 7ANO 2 E 3 BIMESTRE


Textos para 5a. série / 6o. ano - 2o. bimestre

5. O mundo e suas representações
Profa. Mario geografia – 5ª. série

 A cartografia é uma forma de linguagem que busca localizar os fenômenos ocorridos na superfície da Terra e estabelecer relações entre eles. Os mapas são formas de representação da superfície da Terra ou de parte dela; é uma representação seletiva porque apenas alguns elementos da realidade são selecionados na representação gráfica. É importante o domínio sobre essa linguagem na vida cotidiana.

A cartografia na história
Desde os primórdios da história humana, os mais diversos povos buscaram representar graficamente o mundo que conheciam, produzindo mapas que eram utilizados para localizar os fenômenos que consideravam importantes.
Os mapas sempre foram uma representação seletiva da realidade. Isso significa que neles são registrados os fatos que interessam, de acordo com a finalidade do mapa e com as características da sociedade que os produziu.
Exemplos:
- Os povos indígenas da América do Norte desenhavam em peles de animais ou em cascas de árvores uma espécie de zoneamento do território no qual viviam, identificando as áreas de pesca, de caça e de coleta de alimentos;
- Os povos nômades que viviam em deslocamento pelo deserto de Saara, como os tuaregues, costumavam gravar nas pedras as suas constantes rotas;
- Os habitantes originais das Ilhas Marshall, no Oceano Pacífico, orientavam-se nos mares usando curiosos mapas de bambus, como ilustrado na figura “Réplica dos mapas produzidos pelos nativos das Ilhas Marshall” na página 4 no caderno do aluno. Os nativos levavam essas cartas marinhas, confeccionados com bambus entrecruzados, estendidas em suas embarcações. As varetas representam a direção das ondas nas vizinhanças dos arquipélagos, enquanto as pedras marcavam a posição das ilhas.
Os mapas elaborados pelos povos antigos são diferentes entre si porque eles dispunham de tecnologias e materiais diferentes, e desenhavam mapas com finalidades diversas. Assim, para os povos indígenas da América do Norte, o importante era localizar as reservas de alimento; para os povos nômades, o fundamental era mapear os deslocamentos pelo deserto e; para os povos do Pacífico, era preciso se orientar pelos mares.
Os povos no passado produziam mapas representando graficamente aquilo que era importante para as atividades que realizavam.

Os mapas e as fotos de satélites
A idéia dos mapas como representação seletiva da realidade, pode ser apresentada por meio de uma fotografia, tirada por um astronauta, e também através de um mapa político. As imagens espaciais – fotografias – não podem ser utilizadas em lugar dos mapas. As fotografias completam os mapas: a fotografia registra tudo o que é visível na área captada e os mapas só registram os fatos selecionados pelo cartógrafo, como observamos na foto de satélite “Eixo Rio de Janeiro – São Paulo: foto de satélite” e no mapa “Eixo Rio de Janeiro – São Paulo: mapa” nas páginas 6 e 7 no caderno do aluno. Assim, mapas e fotografias são complementares.

6. Orientação relativa: a rosa-dos-ventos

Os movimentos da Terra
Diariamente, enxergamos o Sol “levantar-se” num lado do horizonte, percorrer uma trajetória pelo céu e “esconder-se” do outro lado do horizonte. Trata-se do movimento aparente do Sol: aparente, pois, na realidade, não é o Sol que gira em torno da Terra, mas a Terra que gira em torno do Sol. Por causa disso, muitos povos e civilizações antigas acreditaram que a Terra era o centro do Universo. Este giro é chamado de movimento de translação e se completa em um período de 365 ou 366 dias. Veja as figuras “Movimento aparente do Sol” e “Movimento de translação” nas páginas 10 e 12 no caderno do aluno. O ano bissexto visa sincronizar o calendário convencional com o solar, acrescentando, a cada 4 anos, 1 dia ao ano.
A Terra também gira em torno de si mesma, realizando o movimento de rotação, no sentido anti-horário, que se completa em 23 horas e 56 minutos. Devido ao movimento de rotação, para um observador na superfície, parece que é o Sol que está se movimentando no céu, percorrendo uma trajetória que vai do nascente até o poente. Veja a figura “Movimento de rotação” na página 10 do caderno do aluno.

A rosa-dos-ventos
Entre outras coisas, os mapas servem para definir a posição dos lugares na superfície da Terra. Para determinar a posição relativa de um lugar, ou seja, a posição de um lugar em relação a outro, é preciso usar referências. A trajetória do Sol na abóbada (céu) celeste é a mais importante dessas referências.
O movimento de rotação se realiza no sentido anti-horário, ou seja, no sentido inverso dos ponteiros do relógio. Assim, do ponto de vista de todos os observadores situados na Terra, o Sol parece “nascer” sempre do mesmo lado do horizonte. Esse lado é chamado de leste ou oriente. O lado do horizonte onde o Sol parece “se esconder” é chamado de oeste ou ocidente. A partir da identificação do leste e do oeste, fica fácil localizar o rumo do norte e do sul. Uma pessoa de pé, quando olha para o leste, tem às suas costas o oeste, à sua direita, o sul e, à sua esquerda, o norte. Esses quatro pontos são chamados pontos cardeais. Veja as figuras “Os pontos cardeais” e “A rosa-dos-ventos” na página 13 do caderno do aluno.
Entre o norte (N) e o leste (E) temos o nordeste (NE); entre o sul (S) e o leste (E) temos o sudeste (SE); entre o norte (N) e o oeste (O), o noroeste (NO) e, finalmente, entre o sul (S) e o oeste (O), o sudoeste (SO). Estes pontos são os colaterais ou intermediários e também estão presentes nas bússolas, instrumento inventado pelos chineses há muitos séculos. A agulha da bússola funciona como um ímã, e sempre aponta para o campo magnético da Terra, situado nas proximidades do pólo norte. Estabelecido o rumo do norte, pode-se determinar o rumo dos demais pontos cardeais e colaterais. Para permitir a determinação da posição relativa dos lugares, os mapas devem apresentar a orientação. Por isso, muitas vezes, eles exibem uma seta apontada para o norte, como se fosse a agulha de uma bússola.

A localização relativa
Com base no que aprenderam sobre os pontos cardeais e colaterais, a posição relativa de algumas das cidades do estado de São Paulo, por exemplo, é relativa, ou seja, depende do referencial escolhido. Por exemplo, a cidade A pode estar a norte da cidade B, mas ao sul da cidade C.

7. As coordenadas geográficas

A orientação ou localização relativa tem limites. Ela só faz sentido se utilizarmos um ponto de referência. A rosa-dos-ventos não ajuda quando precisamos determinar a posição de qualquer ponto da superfície da Terra sem tomar um outro ponto como referência. Assim, existem outros tipos de sistema de localização.

A rede de coordenadas geográficas
Veja a seguir, os passos que levaram à construção do sistema de coordenadas geográficas, que conferem a cada lugar da Terra um endereço único:
- No século VI a.C., o filósofo grego Pitágoras chegou à conclusão de que a Terra era uma esfera. Devido à sua curvatura, os navios surgem no horizonte quando se aproximam do litoral, como aparece na figura “Navios surgindo na linha do horizonte” na página 17 do caderno do aluno. De fato, o nosso planeta é uma esfera quase perfeita, apenas ligeiramente achatada nos pólos;
- Sendo uma esfera, a Terra pode ser dividida em duas metades, uma ao norte e outra ao sul da linha divisória. Podemos também traçar círculos paralelos (horizontais) e perpendiculares a esta linha divisória. São as coordenadas geográficas;
- O Equador é a linha imaginária que divide a Terra em duas partes iguais. As linhas imaginárias paralelas ao Equador descrevem círculos chamados de paralelos (linhas horizontais). Os círculos descritos pelos paralelos são tanto menores quanto mais se afastam do Equador para o norte ou para o sul. Todos os pontos atravessados por um paralelo apresentam a mesma distância em relação à linha do Equador, isto é, possuem a mesma latitude. Devido ao formato da Terra, essa distância é medida em graus, minutos e segundos. As latitudes variam entre 0º, na linha do Equador, e 90º, nos Pólos Norte e Sul, como na figura “O equador, os paralelos e os pólos”, na página 19 do caderno do aluno;
- Os meridianos são linhas imaginárias que descrevem semicírculos e se encontram nos pólos (linhas verticais).Todos os meridianos são iguais, isto é, descrevem semicírculos de mesmo tamanho. No século XIX, o meridiano que passa sobre o Observatório de Greenwich foi escolhido como referência para o cálculo da longitude. Assim, as longitudes variam entre 0º, no meridiano de Greenwich, e 180º, no meridiano oposto, para leste e para oeste, como aparece na figura “Greenwich e os meridianos”, na página 20 do caderno do aluno;
- A rede de coordenadas geográficas formada pelos paralelos e meridianos permite a localização de qualquer ponto da superfície da Terra. Todos eles possuem uma latitude, ou seja, uma medida angular em relação à linha do Equador, e uma longitude, uma medida angular em relação ao meridiano de Greenwich.

Latitude, longitude e fusos horários
A rede de coordenadas geográficas permi­te que cada ponto do planeta tenha um ende­reço único e exclusivo. Entretanto, não é sim­ples medir a distância angular de um ponto em direção ao Equador (latitude) ou em rela­ção ao meridiano de Greenwich (longitude). Vamos abordar algumas estraté­gias para a realização deste cálculo.
É possível calcular a latitude com base na observação dos astros no céu. No hemisfério norte, há séculos os viajantes utilizam a Estrela Polar como referência para este cálculo. Nas proximidades do pólo norte, a estrela está acima da cabe­ça do observador; na altura do Equador, a estrela está posicionada na linha do horizonte. Assim, quando um viajante move-se na direção do Pólo Norte, ele enxerga a estrela cada vez mais elevada no céu. No hemisfério sul, os viajantes costumavam utilizar como referência a Cruzeiro-do-Sul, constelação mais pró­xima do Pólo Sul celeste. Com o auxílio de um instrumento chamado astrolábio (página 23 do caderno do aluno), uma espécie de compasso inventado pe­los gregos há mais de 2 mil anos, é pos­sível estabelecer a medida em graus en­tre a estrela-guia e o horizonte e, assim, determinar a distância angular de um certo ponto em relação ao Equador, ou seja, determinar a latitude.
Para calcular a longitude, é preciso con­siderar o movimento de rotação da Ter­ra. Como já foi visto, o nosso planeta re­aliza um giro completo (360°) em torno de si mesmo a cada, aproximadamente, 24 horas. Então, a cada hora, ela gira 15° (360o/ 24 horas = 15°). Para estabe­lecer a longitude de um ponto qualquer da Terra, é preciso saber a hora exata naquele ponto e a hora exata no meridia­no de referência, ou seja, no meridiano de Greenwich. Então, a diferença entre o horário local e o horário de referência pode ser convertida em graus, determi­nando a distância angular que define a longitude. No mapa dos fusos ho­rários, os fusos que estão a leste (direita) de Greenwinch têm as horas adiantadas em relação ao horário de referência mundial, enquanto os fusos a oeste (esquerda), as horas são atrasadas em relação ao horário de Greenwich, como podemos observar no mapa “Fuso horário civil”, na página 25 do caderno do aluno. Os fusos são ajustados em função dos horários ofi­ciais dos países.

8. Os atributos dos mapas

Vamos aprender as regras básicas da representação cartográfica contemporânea. Os mapas, além de serem uma reprodução seletiva da realidade, são também representações convencionais, isto é, obedecem a um conjunto de regras: as convenções cartográficas. Por isso mesmo, a cartografia é expressa por meio de alguns atributos fundamentais, tais como título, legenda e escala. No que diz respeito à escala, vamos apenas introduzir o assunto.

O título e a legenda
Todo bom mapa deve apresentar um título que informe, de maneira sucinta, quais foram os fenômenos da realidade selecionados para representar.
A legenda, por sua vez, é o quadro que explicita o significado dos símbolos e grafismos utilizados no mapa.

A escala
A escala é também um dos atributos fundamentais do mapa. Ela estabelece a correspondência entre as distâncias representadas e as distâncias reais da superfície mapeada.
É preciso reduzir as distâncias reais para poder representar uma cidade, uma região ou o mundo inteiro em um mapa. É importante observar que, para a elaboração de um planisfério, por exemplo, as distâncias reais devem ser reduzidas milhões de vezes.
Há duas classificações de escala: a escala numérica e a escala gráfica.
A escala numérica se trata de uma operação de divisão e que, portanto, existe um numerador e um denominador. O numerador é sempre o número 1, enquanto o denominador varia de acordo com a redução realizada.
Em um mapa em escala 1:1.000.000 (lê-se 1 por um milhão), a superfície representada foi reduzida um milhão de vezes. Em um mapa em escala 1:1.000 (lê-se um para mil), a superfície representada foi reduzida mil vezes. Vamos pensar: qual destes mapas apresenta uma escala menor? Dica: Quanto maior é o denominador, menor é a escala do mapa, pois mais vezes as distâncias reais foram reduzidas para serem representadas no papel. Assim, resposta é 1:1.000.000.
Quando a superfície a ser representada é muito grande, é necessário usar uma escala pequena. Contudo, quando se representa uma superfície relativamente pequena, é possível utilizar uma escala grande.
A escala gráfica é uma linha horizontal dividida em centímetros, que indica diretamente a relação entre as distâncias no mapa e as distâncias correspondentes na realidade. Com ela, é possível medir a distância entre os lugares sem precisar recorrer a cálculos matemáticos.
Para usar a escala gráfica, você mede a distância que aparece na escala (por exemplo, 1cm). Para saber a medida entre duas cidades, você mede com a régua (por exemplo, 6cm). Como na escala aparece 0 – 120km, quer dizer que 1cm vale 120km, assim os 6cm de distância entre as cidades, com a régua no mapa, vale 720km (120 vezes 6).
Observe exemplos de escalas nos mapas das páginas 28, 30, 32 e 33 no caderno do aluno.

9. A cartografia temática

Os mapas podem ser classificados em duas grandes categorias: os mapas de base e os mapas temáticos. Os mapas de base são aqueles cujo objetivo é a representação exata e detalhada da superfície terrestre no que diz respeito à posição, à forma, às dimensões e à identificação dos acidentes no terreno, assim como dos objetos concretos que nele se encontram. Os mapas temáticos, por sua vez, buscam a representação de um ou mais fenômenos e das relações que possam existir entre eles, tendo como base mapas já produzidos.

A cartografia temática
            Como sabemos, os mapas temáticos representam uma imensa variedade de fenômenos, tanto aqueles originados de aspectos do meio natural, quanto do ambiente construído.

Representação qualitativa e quantitativa
            A cartografia temática utiliza-se dos mais diferentes métodos de representação. Dentre eles, o de representação qualitativa, que retrata fenômenos diversos sem que haja relação de tamanho entre eles, e o de representação quantitativa, utilizada para expressar relações de tamanho e proporcionalidade entre os fenômenos.














Textos para 5a. série / 6o. ano - 3o. bimestre

10. Os sistemas naturais
Prof. Mario– Geografia – 5ª. série

Para compreender as transformações que ocorrem na superfície terrestre, é preciso estudar os fluxos de matéria e de energia. Cada fluxo consiste em trajetórias de matéria e energia conectadas em movimentos contínuos. A maioria dos sistemas naturais é impulsio­nada pela energia solar, envolvendo massas de ar, água, matéria mineral e organismos vivos.
            Vista de longe, o que pode ser observado na superfície do planeta? Veja a imagem “Terra” na página 3 do caderno do aluno. Identificamos a presença de massas continentais, das águas oceânicas e de nuvens. Por meio da evaporação, as águas oceânicas formam nuvens e podem se precipitar em outras regiões, como nas margens litorâneas dos continentes (chamamos de ciclo da água). Muitos processos que ocorrem na superfície terrestre são cíclicos e, portan­to, repetem-se continuamente de uma mesma maneira. Em função disso, ao estudá-los, po­demos desenvolver nossa capacidade de pre­visão dos acontecimentos.
Na medida em que é possível observar três componentes básicos da superfície terrestre (continentes, oceanos e nuvens), que outros elementos podemos afirmar que existem neste planeta?
- Se há massas continentais, elas são cons­tituídas de rochas;
- A existência dos oceanos indica uma su­perfície irregular, na qual foi armazenada água nas partes mais baixas;
- As nuvens circulam por uma camada de ar que circunda o planeta.
Até agora identificamos elementos que com­põem a superfície terrestre, bem como suas relações de interdependência. Os elementos observados podem ser agrupados em diferentes cama­das:
- Litosfera: camada rochosa que cobre o planeta, formando tanto os continentes como o piso dos oceanos;
- Hidrosfera: formada pela água dos ocea­nos, rios, lagos e geleiras;
- Atmosfera: a camada de ar que envolve a Terra.
É evidente que o limite entre uma ca­mada e outra não é abrupta. Ou seja, frag­mentos rochosos e oxigênio podem ser encontrados nas massas oceânicas, assim como há água na atmosfera e nas fendas da litosfera. Onde estaria lo­calizada a esfera da vida, denominada de biosfera? (ver ilustração “As esferas terrestres” na página 4 do caderno do aluno). A biosfera se desenvolve na interface entre as três outras esferas. Há uma diversidade dos materiais presentes na Terra, decorrente das variadas condições de formação dos mate­riais terrestres.

Estudo da formação de minerais
As rochas que formam a litosfera são constitu­ídas de minerais. Quase todos os minerais são formados pela combinação de dois ou mais ele­mentos químicos. Como exceções a esse padrão, podem ser citados o ouro, a prata e o diamante, formados por apenas um elemento. Mas, o as­pecto comum a todos os minerais é o fato deles ocorrerem naturalmente na crosta terrestre.
Em geral, os utensílios e produtos fabricados pelo homem derivam de minerais. Em função da diversidade de propriedades dos minerais, pode ser encontrado na natureza qualquer material necessário às necessidades humanas. Assim:
- para ferramentas que exigem finas lâminas, utilizam-se minerais que possuem maleabi­lidade, como o cobre e a prata;
- se o produto exige flexibilidade, para a fabri­cação de objetos curvos que dificilmente se quebram, utiliza-se vermiculita ou talco;
- se a necessidade é de fabricar um material com resistência para riscar e cortar outros materiais, é preciso utilizar minerais com maior dureza, como o diamante;
- para a fabricação de lentes e outros mate­riais transparentes, será preciso utilizar mi­nerais translúcidos, como o quartzo.
Assim, as propriedades apresentadas das rochas são maleabilidade, flexibilidade, dureza, translucidez, cor e brilho (metálico e não-metálico). A formação de quase todos os minerais ocorre em profundidades muito maiores do que o homem pode observar, em condições de temperatura e pressão extrema­mente elevadas. Contudo, o estudo dos mine­rais e, principalmente, da formação de seus cristais, é uma boa oportunidade para se com­preender como as rochas foram originadas.
O cristal é a forma sólida na qual os ele­mentos do mineral foram organizados. Cada mineral apresenta um padrão característico de cristais. Observando-se o desenvolvimento de cristais, pode-se concluir a respeito da varieda­de de características de materiais diferentes. O tamanho dos cristais de um mineral de­pende da velocidade de sua formação. Quanto mais rápida for a formação do cristal, menor ele será. Quer ver? Prepare em casa uma solução saturada de sal de cozinha, dissolvendo sal em duas vasilhas rasas de vidro refratário com água quente (não faça sozinho). Uma das vasilhas deve ser levada ao fogo, provocando a rápida evaporação da água. A outra deve ficar em re­pouso até o dia seguinte. No fundo das duas vasilhas, po­dem ser observadas placas de cristais de sal, mas, na vasilha em que a evaporação foi mais lenta, as placas são maiores. As condições no interior da Ter­ra poderiam causar a variação no tamanho dos cristais. Em uma erupção vulcânica, as lavas do vulcão derramam material incandescente sobre a superfície terrestre e o contato com a atmosfera provoca um resfriamento mais rápido. Em ou­tras situações, as rochas foram formadas por mi­nerais que se resfriaram muito mais lentamente.
            A constituição da crosta terrestre é basicamente de rochas. Como as rochas são materiais resultantes da junção natural de minerais, o estudo da composição, da textura (por meio do tamanho dos grãos) e da estru­tura (formas cristalinas) dos minerais permi­te uma melhor compreensão das formações rochosas. Assim, as rochas podem ser classificadas, de acordo com sua origem, em três grupos principais:
- Rochas ígneas: formadas pelo resfriamen­to e endurecimento de material fundido. Dependendo da velocidade de seu resfria­mento, apresentará cristais maiores ou menores;
- Rochas sedimentares: formadas pelo des­gaste de outras rochas e pelo acúmulo e compactação de sedimentos  nas  partes mais baixas do relevo e;
- Rochas metamórficas: formadas pela alte­ração de rochas pré-existentes, seja por au­mento de calor ou pressão sobre elas.

O ciclo das rochas
Vocês estão habituados a ob­servar mudanças bruscas de temperatura ou mesmo os danos provocados na cidade por um forte temporal. O que pode parecer estra­nho é que tudo está em transforma­ção na superfície terrestre, mesmo as coisas que aparentemente estão estáticas. Esse é o caso das rochas que envolvem o planeta. O interior do planeta é bastante ativo e promove uma dinâmica muito intensa das rochas sub­metidas a variações de pressão e temperatura, como abalos sísmicos e atividades vulcânicas. Alguns proces­sos ocorrem numa escala de tempo que, muitas vezes, é bem mais longa do que a vida de um homem:
- Calcula-se que 95% da crosta terrestre é formada por rochas cristalinas (ígneas e metamórficas) e apenas 5% da massa ro­chosa é formada por rochas sedimentares;
- Porém, quando se considera a proporção desses tipos de rochas que estão expostas a céu aberto, a situação se inverte: 75% das rochas são sedimentares e apenas 25% são cristalinas;
- As rochas ígneas são mais antigas que as rochas sedimentares.
Esses dados indicam, a respeito da his­tória da crosta terrestre, que as camadas superficiais foram formadas depois das camadas interiores da crosta. As rochas sedimentares predominam no ambiente de céu aberto, apesar da maioria das rochas que forma a litosfera ser de rochas ígneas e metamórficas. Isso acontece porque as rochas sedimentares, mais recentes, formam uma camada rochosa sobre as mais antigas e elas se originam da desagregação e do depósito dos materiais das rochas cristalinas e metamórficas, resultado de intemperismo, erosão, transporte e litificação.
Observe o esquema “O ciclo das rochas” na página 7 no caderno do aluno: ele apresenta o processo de formação de rochas cristalinas, desgaste de formações rochosas, erosão e deposição de sedimentos, solidificação de novas rochas, e assim sucessivamente.
Muitos outros ciclos naturais poderiam ser estudados, além do ciclo da água e das rochas, bastante estudados nas séries iniciais. Os ciclos do dióxido de carbono e do nitrogênio são importantes também. O dió­xido de carbono (CO2) é um gás extremamente importante para a manutenção da temperatu­ra da superfície terrestre e o crescimento das plantas. Apesar de a atmosfera da Terra apre­sentar atualmente um nível baixíssimo de dió­xido de carbono (0,03%), é essa concentração que conserva calor no ar, promovendo o efeito estufa. Por sua vez, o nitrogênio é o gás mais abundante da atmosfera (80% dela). Como ele se encontra quase totalmente no ar, os micro­organismos exercem um papel importante de transferência para o solo e para a água, ga­rantindo sua absorção pelos seres vivos. O ni­trogênio é fundamental para a manutenção da vida no planeta, uma vez que ele é importante na formação das proteínas.

11. A água e os assentamentos humanos

            Graças a sua enorme importância na manutenção dos ciclos naturais e na manutenção da vida na Terra, vamos dar uma atenção especial à água. Afinal, a Terra é vista do espaço como um planeta azul por ser praticamente 70% coberta por superfícies aquosas. Além disso, veremos como as formas de uso dos recursos hidrícos se transformam ao longo da história humana.
            Apesar da abundância dos recursos hí­dricos na Terra, sua distribuição é bastante desigual pelos continentes. O problema do acesso à água potável acontece, especialmente, nos países mais pobres. Por causa da poluição e da super exploração, a água po­tável é atualmente considerada um recurso natural finito. É necessário uma atitude responsável no que se refere à preservação da água.
Veja alguns dados aproxima­dos a respeito do consumo residencial de água: cinco minutos com a torneira do banheiro meio aberta - 80 litros; 15 minutos de banho de chu­veiro - 144 litros; seis segundos de válvula da descarga - 30 litros; 15 minutos com a torneira da cozinha aberta - 243 litros; lavadora de rou­pas de cinco quilos - 135 litros; 15 minutos com a torneira do tanque aberta - 279 litros; 30 minutos com a mangueira aberta para lavar o carro - 216 litros; 15 minutos com o esguicho aberto para lavar a calçada - 243 litros (fonte: Asso­ciação de Defesa e Orientação do Cidadão). Pense na rotina de sua casa, consi­derando os hábitos de todas as pessoas que lá residem e analise a situação doméstica. Quais medidas para um consumo mais responsável e economizar o volume de água no seu dia a dia?
 Algumas formas de evitar o des­perdício do uso da água no banho, na cozinha, no quintal e em outras dependências da casa são:
- na hora do banho, em vez de manter o chuveiro ligado o tempo todo, pode-se molhar o corpo, desligar a água enquanto usa o sabonete e, somente depois, abri-lo para se enxaguar;
- não escovar os dentes com a torneira aberta;
- para evitar o uso prolongado da descarga, não jogar objetos e papel no vaso sanitário;
- na cozinha, molhar a louça de uma só vez e, depois, abrir a torneira quando tudo já estiver ensaboado;
- lavar o carro, o quintal e a calçada com balde, evitando o uso da mangueira.
            O desenvolvimento de uma campanha de consumo responsável da água ajudaria: você pode distribuir cartazes em sua própria casa e assim, divulga propostas de mudança de conduta. Depois de um mês, vemos a diferença na conta de água. No início vamos encontrar algumas dificul­dades, mas os resultados obtidos em termos de consumo de água serão gratificantes.

   A presença da água nos ciclos da natureza
A água está presente em toda parte, não apenas nos reservatórios que compõem a hi­drosfera. Para buscar essa evidência, realize dois experimentos em casa: no primeiro deles, com a ajuda dos pais ou responsável, escolha um galho de árvore no quintal, no jardim ou na rua. Para quem mora em apartamento, pode escolher alguma planta ornamental que esteja em um vaso. Com cuidado, para não quebrar o ga­lho, coloque um saco plástico na extremidade da planta, amarrando a ponta com o barbante. No segundo experimento, reserve no congelador um copo de vidro vazio. Após 24 horas, enquanto retira o saco plástico do galho, deixe na pia da cozinha o copo de vidro que estava no congela­dor. No primeiro caso, houve o acúmulo de água no saco plástico, originado da transpiração da planta. Imaginem a quantidade de água que as plantas de uma floresta tropical transferem para a atmosfera! No segundo caso, como a superfí­cie do copo de vidro estava mais fria que o ar ao seu redor, ocorreu o processo de condensa­ção do vapor de água existente no ambiente. Por isso que, com a chegada de uma frente fria, há uma queda brusca de temperatura e normalmente provoca chuvas.

A importância histórica da água
Uma vez analisado o papel da água nos processos naturais, vamos realçar ainda mais a sua im­portância, discutindo o uso dos recursos hídricos no desenvolvimento hu­mano. Vamos identificar a estreita relação entre a localização dos assentamentos humanos e a disponibilidade dos recursos hídricos, seja para o abastecimento da população e para o transporte, seja, principalmente, para a irrigação, que permite expandir as áreas de cultivo e aumentar a produção agrícola.
Muitas cidades na Antiguidade surgiram ao redor de rios localizados no norte da África e na Ásia: núcleos urbanos que surgiram às margens do Rio Nilo, como Tebas, Luxor, Mênfis e Assua; outro exemplo são os rios Tigre e Eufrates, em cujas margens surgiram as ci­dades de Ur, Lagash, Nínive, Mari e Kish; na Índia, os núcleos urbanos às margens do Rio Indo e, na China, ao redor dos rios Huang-ho e Yang tsé-kiang. O rio Nilo foi muito importante para a civilização que se desenvolveu no Egito antigo e ainda tem grande importância ecológica e econômica. Até atingir sua foz, no Mar Mediterrâneo, o Nilo percorre uma região desértica. Do ponto de vista ecológico, são suas águas que mantêm a vida naquela região. Sem ele não teria havido condições para o desenvolvimento da agricul­tura. O Nilo foi também fundamental para a comunicação entre diferentes assentamentos humanos pertencentes à civilização egípcia.
Em áreas mais planas, os rios inundam uma extensa área ao seu redor nos períodos das cheias. Nos períodos da estiagem, o volume das águas diminui, expondo os solos de sua várzea. É o que acontece com o Rio Amazonas. Parte das populações ribeirinhas amâzonicas se pro­tege dos efeitos potencialmente danosos das variações sazonais do rio construindo palafitas, tais como as que aparecem na Figura “Palafitas na beira do Rio Negro” na página 13 do caderno do aluno. Imagine como essas variações afetariam seus desloca­mentos diários, se você vivesse em uma palafita. No mínimo, viveríamos duas situações cotidianas: na primeira delas, vários dias que a chuva cai sem parar. As ca­sas praticamente ficam no nível das águas e é possível, inclusive, aproximar o barco da porta da cozinha. Numa outra situação extrema, o nível do rio está bem baixo e é preciso descer escadas para se alcançar sua margem. As pes­soas ficam mais fora da casa, mas também é mais difícil se deslocar para outras localidades. A situação social dos moradores das palafitas é precária: na maior parte dos casos são populações pobres e com acesso difícil aos serviços públicos básicos, tais como saúde e educação.

12. Natureza e sociedade na modelagem do relevo

Desde o começo do bimestre, o objetivo é enfatizar a compreensão do sistema terrestre como resultado da interação entre a atmosfera, a crosta terrestre e os organismos vivos. Estudamos a importância do ciclo da água, mas precisamos estar atentos a muitos outros processos que tornam a super­fície da Terra um ambiente dinâmico e em permanente transformação. E isso ocorre por meio da força de alguns importantes agentes de modelação do relevo, como o vento, a chuva, o deslocamento de geleiras e o curso dos rios. As formas de relevo também podem ser analisadas tendo em vista a ação de vários agentes internos e externos, movidos pelas forças da natureza e do trabalho humano.
As transformações que ocorrem na su­perfície terrestre podem ser lentas, como é o caso do desgaste das encostas de uma montanha pelo deslizamento de geleiras, ou muito rápidas, quando ocorre no mesmo lu­gar uma grande avalanche de neve. Vamos pensar a respeito das transformações que esses agentes provocam, assim como da modelagem de novas formas de relevo.

A força do vento
O desgaste provocado pelo vento depende da quantidade e do tamanho das partículas transportadas. Nos países desérticos, por exemplo, os postes instalados na beira das estradas precisam da proteção de chapas de aço na sua base. Caso contrário, em pouco tempo estariam gastos pela corrosão dos jatos de areia trazidos pelos ventos, e não ficariam em pé. Ventos fortes, com velocidade acima de 50 km/h, quebram galhos de árvores e arrancam telhas, que pesam aproximada­mente 2 kg. Quando o vento é muito forte, uma grande quantidade de areia é transportada por milhares de quilômetros. O que acontece com esse mate­rial em movimento? O material desgastado pelo vento num dado local pode ser transportado e depositado em outras regiões. É o que ocorre com os sedimentos provenientes das regiões desérticas do norte da África, que são depositados na Alemanha e até mesmo na Inglaterra.

A força da gota de chuva
Quando as gotas de chuva caem sobre o solo descoberto, isto é, sem cobertura vegetal, elas podem compactá-lo ou, ainda, desagregá-lo aos poucos. Procure imaginar o impacto de uma chuva forte em um solo sem cobertura de vegetação. O que você acha que acontece? Há o deslocamento de partículas do solo pelo impacto de chuva, um escoamento superficial e a formação de ravinas (grandes buracos de erosão).

A força dos rios
Os rios colaboram para o desgaste do relevo e, ao mesmo tempo, transporta sedimentos que serão depositados em outros locais. O tempo que uma rocha leva para ser des­gastada por um rio pode ser calculado em localidades às margens do Rio Nilo, no Egito, onde se formaram corredeiras e cachoeiras. Ao medir a profundidade do desgaste anual, os estudiosos obtiveram evi­dências de que o rio leva cerca de 500 anos para desgastar 1 m de rocha. Segundo a Agência Nacional de Águas, o Rio Ama­zonas deságua no mar cerca de 209 mil m3/s (metros cúbicos por segundo) da água doce que atualmente chega aos oceanos (20%), despejando no Atlântico 600 milhões de toneladas de sedimentos por ano.

A força do gelo
As gigantescas massas de gelo que formam as geleiras movimentam-se muito lentamen­te (a maioria delas move-se apenas alguns milímetros por ano). No entanto, com a ele­vação de temperatura, na primavera, as geleiras podem se mover com velocidade dez vezes maior à comum. Na Groenlândia, por exemplo, há uma das geleiras mais "velozes", que chega a se deslocar 15 a 18 metros por dia. A neve acumulada nos topos pode despencar morro abaixo, formando avalanches (ou avalanchas) que al­cançam mais de 300 km/h. Nessa velocidade, a neve pode atingir o fundo do vale e ainda subir do outro lado da encosta centenas de metros, arrancando grandes árvores e soter­rando tudo o que encontra pela frente. Da maneira que as geleiras se movimentam (ar­rastamento da geleira por longas distâncias e possíveis avalanches), não é difícil identificar um depósito glacial originado por essa movimentação, mesmo em regiões que atualmente não possuem mais neve, porque esses sedi­mentos, de origem glacial, são bastante heterogêneos, com materiais rochosos e vestígios de seres vivos de diferentes regiões.

Erosão fluvial e a modelagem do relevo terrestre
Entre os agentes modeladores do relevo, deve-se dar atenção especial aos rios, dada sua capacidade de erosão, transporte e de­posição. Observem as fotos da página 16, que repre­sentam trechos do Rio Jacaré-Pepira, localizado no interior do Estado de São Paulo, próximos à cidade de Brotas. Trata-se de um rio bastante utilizado para a prática de es­portes radicais, como o rafting ou a remada de caiaque. Nas imagens apresentadas, ocorre o predo­mínio da erosão e do transporte de sedimentos ou de deposição de sedimentos? Os processos erosivos e o transporte de sedimentos são predominantes. Chegamos a essa conclusão pela grande velocidade da água e pela existência de corredeiras.

As obras de engenharia na calha dos rios
O Rio Tietê é o mais importante rio para os paulistas. Afinal, por meio do Rio Tietê, os bandeirantes exploraram o interior do conti­nente em busca de riquezas, transformando o rio numa espécie de estrada fluvial. Desde a fundação de São Paulo, formou-se ao redor do Rio Tietê um eixo de desenvolvimento de inúmeras cidades, que aproveitaram suas águas não apenas para o transporte, mas também para o abastecimento da popula­ção, e, com o decorrer do tempo, para a produção de energia elétrica e irrigação dos cam­pos agrícolas. O Rio Tietê não é importante apenas para o Estado de São Paulo. Ele foi a porta de entrada para o Brasil Central no século XVII e, hoje, por meio da Hidrovia Tietê-Paraná, é essencial para o escoamento de produtos brasileiros para os países do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai). Se observarmos seu percurso pelos mapas do atlas ge­ográfico escolar, encontraremos grandes obras de engenharia ao longo do curso do rio, que são as usinas hidrelétricas (intervenções humanas para utilizar a força das águas do rio para geração de energia). O Rio Tietê nasce nas encostas da Serra do Mar, no município de Salesópolis, atravessa o Planalto Atlântico e percorre o interior pau­lista até desaguar no Rio Paraná, no muni­cípio de Itapura. Entre os inúmeros afluentes do Tietê, o Rio Piracicaba será o mais fácil de localizar nos atlas escolares. No curso do Tietê foram construídas inúmeras represas, como a de Barra Bonita, Promissão, Nova Avanhandava, Três irmãos, entre outras. Elasforam construídas, ainda que sejam utilizadas para a prática do lazer, abastecimento de água e irrigação, para gerar energia hidrelétrica.
Outras formas de intervenção humana nos cursos de água, além das barragens das usinas hidrelétricas, são os canais artificiais e as eclusas. Um bom exemplo de canal é o localizado no trecho da Marginal do Rio Pinheiros, na ci­dade de São Paulo (figura página 19). Para o caso da eclusa, o exemplo escolhido foi a da Hidrovia Tietê-Paraná (figura página 18). Na Hidrovia Tietê-Paraná, o curso do rio foi desviado para a realiza­ção da obra, o leito do rio foi dinamitado para o apro­fundamento da calha, máquinas escavadeiras foram utilizadas para retirar o entulho e foram construídos muros de contenção nas paredes laterais. As eclusas funcionam como uma espécie de "elevador hidráulico", permitindo que as embarcações atravessem as barragens das hidrelétricas e percorram o curso do rio adiante. No caso da Marginal do Rio Pinheiros, com a retificação do leito do rio, foram construídas avenidas para a circulação de automóveis na cidade de São Paulo.

13. O clima, o tempo e a vida humana

Vamos trabalhar com os fenômenos observa­dos numa das esferas do sistema terrestre que mais diretamente impuseram limitações à vida humana na escala global: a atmosfera. Assim, nas latitudes elevadas da zona polar, onde as temperaturas médias ficam abaixo de 20°C negativos e as camadas de gelo raramente ou nunca derretem, as condições de adaptação são bastante restritas ou quase inexistentes. O mesmo se pode dizer das condições de aridez extrema dos grandes desertos da Ásia Central e do Saara africano, por exemplo, ocupados por comu­nidades esparsas e altamente especializadas na sobrevivência em condições tão adversas para a vida humana. A observação e os conhecimentos das condições atmosféricas ajudam o homem na sua adaptação em praticamente todos os ambientes terrestres.
Os eventos atmosféricos, tais como a ocorrência de fortes pancadas de chuva, estiagens prolongadas e ventos fortes, normalmente recebem um grande destaque da imprensa. Contudo, é muito comum que a notícia esteja relacionada com a destruição de vias públicas, alagamentos e deslizamentos, sem um comentário mais crítico da ocupação de áreas inundáveis, da qualidade das construções e da falta de investimentos governamentais na infraestrutura urbana. Vamos ler duas notícias veiculadas pela imprensa nas páginas 24 e 25 “Chuva causa estragos em dez cidades de SP” e “Em MG, chuva danifica quase cem carros”.  As duas destacam os danos causados em cidades durante um período de chuvas intensas. Nas duas notícias o excesso de chuvas é apontado como causador dos danos. Mas as ações humanas aumentam a vulnerabilidade dos ambientes, tornando-os mais suscetíveis a desastres. Para isso, podemos retomar o exemplo do canal artificial na Marginal do Rio Pinheiros. Em muitas outras várzeas de rio, a intervenção humana teve como objetivo o controle do transbordamento natural dos cursos de água no período das chuvas para a construção de avenidas resultando no alagamento de casas e ruas que ocuparam essas áreas inundáveis e a impermeabilização do solo urbano, sem con­dições de infiltração da água pluvial.

Observação do tempo atmosférico
A observação das condições atmosféricas é muito antiga. Tempo atmosfé­rico é uma combinação das condições atmosféri­cas num dado momento e clima é a sucessão habitual dos tipos de tempo em um dado lugar.

Padrões de circulação de massas de ar e tipos climáticos
A atmosfera é muito dinâmica e está sempre em movimento. O determinante fundamental da circulação das massas de ar é a entrada de radiação solar no ambiente terrestre, provocando diferenças de aquecimento da atmosfera, dos oceanos e dos continentes. Os ventos e as chuvas são resultados desse processo.
Se não existisse o movimento de rotação, a circulação atmosférica seria diferente: na faixa equatorial, as massas de ar mais aquecidas pela radiação solar, por serem quentes e leves, realizariam um movimento ascendente. Com o resfria­mento dessas massas de ar nas grandes alti­tudes, inicia-se um movimento descendente. As massas de ar formadas nos polos são frias e mais densas, movimentando-se em direção aos trópicos, mais próximas da superfície. Agora, com o efeito do movimento de rotação na circulação das massas de ar, à medida que a massa de ar se desloca, ela sofre um desvio para oeste e jamais chega aos polos. Ela sofre um movimento descendente na faixa entre 20 e 30 graus de latitude. Esse é um ar seco, uma vez que foi perdendo umidade no decorrer de sua trajetória.
Os meteorologistas acompanham o movimento das massas de ar no decorrer das semanas por meio das imagens de satélite. Se determinada área estiver sob influência das massas de ar equatoriais, as temperaturas e a umidade são elevadas, estando o ambiente sujeito a chuvas fortes no decorrer do período. Por sua vez, a chegada de uma massa de ar polar provoca a queda da temperatura, com possibilidades de chuva fina e constante. São esses movimentos circulares da atmosfera que estabelecem um padrão climático, ou seja, uma sucessão habitual de tempos atmosféricos que definem os tipos climáticos.

Previsão do tempo e a vida humana
            Escreva uma redação sobre a influência do tempo atmosférico em sua vida na última semana.




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