Textos para 5a.
série / 6o. ano - 2o. bimestre
5. O
mundo e suas representações
Profa.
Mario geografia – 5ª. série
A cartografia é uma forma de linguagem que busca localizar
os fenômenos ocorridos na superfície da Terra e estabelecer relações entre
eles. Os mapas são formas de representação da superfície da Terra ou de
parte dela; é uma representação seletiva porque apenas alguns elementos da
realidade são selecionados na representação gráfica. É importante o domínio
sobre essa linguagem na vida cotidiana.
A
cartografia na história
Desde os primórdios da história humana, os mais diversos povos
buscaram representar graficamente o mundo que conheciam, produzindo mapas que
eram utilizados para localizar os fenômenos que consideravam importantes.
Os mapas sempre foram uma representação seletiva da realidade.
Isso significa que neles são registrados os fatos que interessam, de acordo com
a finalidade do mapa e com as características da sociedade que os produziu.
Exemplos:
- Os
povos indígenas da América do Norte desenhavam em peles de animais ou em cascas
de árvores uma espécie de zoneamento do território no qual viviam,
identificando as áreas de pesca, de caça e de coleta de alimentos;
- Os
povos nômades que viviam em deslocamento pelo deserto de Saara, como os
tuaregues, costumavam gravar nas pedras as suas constantes rotas;
- Os
habitantes originais das Ilhas Marshall, no Oceano Pacífico, orientavam-se nos
mares usando curiosos mapas de bambus, como ilustrado na figura “Réplica dos
mapas produzidos pelos nativos das Ilhas Marshall” na página 4 no caderno do
aluno. Os nativos levavam essas cartas marinhas, confeccionados com bambus
entrecruzados, estendidas em suas embarcações. As varetas representam a direção
das ondas nas vizinhanças dos arquipélagos, enquanto as pedras marcavam a
posição das ilhas.
Os mapas elaborados pelos povos antigos são diferentes entre si
porque eles dispunham de tecnologias e materiais diferentes, e desenhavam mapas
com finalidades diversas. Assim, para os povos indígenas da América do Norte, o
importante era localizar as reservas de alimento; para os povos nômades, o
fundamental era mapear os deslocamentos pelo deserto e; para os povos do
Pacífico, era preciso se orientar pelos mares.
Os povos no passado produziam mapas representando graficamente
aquilo que era importante para as atividades que realizavam.
Os
mapas e as fotos de satélites
A idéia dos mapas como representação seletiva da realidade, pode
ser apresentada por meio de uma fotografia, tirada por um astronauta, e também
através de um mapa político. As imagens espaciais – fotografias – não podem ser
utilizadas em lugar dos mapas. As fotografias completam os mapas: a fotografia
registra tudo o que é visível na área captada e os mapas só registram os fatos
selecionados pelo cartógrafo, como observamos na foto de satélite “Eixo Rio de
Janeiro – São Paulo: foto de satélite” e no mapa “Eixo Rio de Janeiro – São
Paulo: mapa” nas páginas 6 e 7 no caderno do aluno. Assim, mapas e fotografias
são complementares.
6.
Orientação relativa: a rosa-dos-ventos
Os
movimentos da Terra
Diariamente, enxergamos o Sol “levantar-se” num lado do
horizonte, percorrer uma trajetória pelo céu e “esconder-se” do outro lado do
horizonte. Trata-se do movimento aparente do Sol: aparente, pois, na realidade,
não é o Sol que gira em torno da Terra, mas a Terra que gira em torno do Sol.
Por causa disso, muitos povos e civilizações antigas acreditaram que a Terra
era o centro do Universo. Este giro é chamado de movimento de translação e se
completa em um período de 365 ou 366 dias. Veja as figuras “Movimento aparente
do Sol” e “Movimento de translação” nas páginas 10 e 12 no caderno do aluno. O
ano bissexto visa sincronizar o calendário convencional com o solar,
acrescentando, a cada 4 anos, 1 dia ao ano.
A Terra também gira em torno de si mesma, realizando o movimento
de rotação, no sentido anti-horário, que se completa em 23 horas e 56 minutos.
Devido ao movimento de rotação, para um observador na superfície, parece que é
o Sol que está se movimentando no céu, percorrendo uma trajetória que vai do
nascente até o poente. Veja a figura “Movimento de rotação” na página 10 do caderno
do aluno.
A
rosa-dos-ventos
Entre outras coisas, os mapas servem para definir a posição dos
lugares na superfície da Terra. Para determinar a posição relativa de um lugar,
ou seja, a posição de um lugar em relação a outro, é preciso usar referências.
A trajetória do Sol na abóbada (céu) celeste é a mais importante dessas
referências.
O movimento de rotação se realiza no sentido anti-horário, ou
seja, no sentido inverso dos ponteiros do relógio. Assim, do ponto de vista de
todos os observadores situados na Terra, o Sol parece “nascer” sempre do mesmo
lado do horizonte. Esse lado é chamado de leste ou oriente. O lado do horizonte
onde o Sol parece “se esconder” é chamado de oeste ou ocidente. A partir da
identificação do leste e do oeste, fica fácil localizar o rumo do norte e do
sul. Uma pessoa de pé, quando olha para o leste, tem às suas costas o oeste, à
sua direita, o sul e, à sua esquerda, o norte. Esses quatro pontos são chamados
pontos cardeais. Veja as figuras “Os pontos cardeais” e “A rosa-dos-ventos” na
página 13 do caderno do aluno.
Entre o norte (N) e o leste (E) temos o nordeste (NE); entre o
sul (S) e o leste (E) temos o sudeste (SE); entre o norte (N) e o oeste (O), o
noroeste (NO) e, finalmente, entre o sul (S) e o oeste (O), o sudoeste (SO).
Estes pontos são os colaterais ou intermediários e também estão presentes nas
bússolas, instrumento inventado pelos chineses há muitos séculos. A agulha da
bússola funciona como um ímã, e sempre aponta para o campo magnético da Terra,
situado nas proximidades do pólo norte. Estabelecido o rumo do norte, pode-se
determinar o rumo dos demais pontos cardeais e colaterais. Para permitir a
determinação da posição relativa dos lugares, os mapas devem apresentar a
orientação. Por isso, muitas vezes, eles exibem uma seta apontada para o norte,
como se fosse a agulha de uma bússola.
A
localização relativa
Com base no que aprenderam sobre os pontos cardeais e
colaterais, a posição relativa de algumas das cidades do estado de São Paulo,
por exemplo, é relativa, ou seja, depende do referencial escolhido. Por
exemplo, a cidade A pode estar a norte da cidade B, mas ao sul da cidade C.
7. As coordenadas geográficas
A orientação ou localização relativa tem
limites. Ela só faz sentido se utilizarmos um ponto de referência. A
rosa-dos-ventos não ajuda quando precisamos determinar a posição de qualquer
ponto da superfície da Terra sem tomar um outro ponto como referência. Assim,
existem outros tipos de sistema de localização.
A rede de coordenadas geográficas
Veja a seguir, os passos que levaram à
construção do sistema de coordenadas geográficas, que conferem a cada lugar da
Terra um endereço único:
- No século VI a.C., o filósofo grego Pitágoras chegou à
conclusão de que a Terra era uma esfera. Devido à sua curvatura, os navios
surgem no horizonte quando se aproximam do litoral, como aparece na figura
“Navios surgindo na linha do horizonte” na página 17 do caderno do aluno. De
fato, o nosso planeta é uma esfera quase perfeita, apenas ligeiramente achatada
nos pólos;
- Sendo uma esfera, a Terra pode ser dividida em duas
metades, uma ao norte e outra ao sul da linha divisória. Podemos também traçar
círculos paralelos (horizontais) e perpendiculares a esta linha divisória. São
as coordenadas geográficas;
- O Equador é a linha imaginária que divide a Terra em
duas partes iguais. As linhas imaginárias paralelas ao Equador descrevem
círculos chamados de paralelos (linhas horizontais). Os círculos descritos
pelos paralelos são tanto menores quanto mais se afastam do Equador para o
norte ou para o sul. Todos os pontos atravessados por um paralelo apresentam a
mesma distância em relação à linha do Equador, isto é, possuem a mesma
latitude. Devido ao formato da Terra, essa distância é medida em graus, minutos
e segundos. As latitudes variam entre 0º, na linha do Equador, e 90º, nos Pólos
Norte e Sul, como na figura “O equador, os paralelos e os pólos”, na página 19
do caderno do aluno;
- Os meridianos são linhas imaginárias que descrevem
semicírculos e se encontram nos pólos (linhas verticais).Todos os meridianos
são iguais, isto é, descrevem semicírculos de mesmo tamanho. No século XIX, o
meridiano que passa sobre o Observatório de Greenwich foi escolhido como
referência para o cálculo da longitude. Assim, as longitudes variam entre 0º,
no meridiano de Greenwich, e 180º, no meridiano oposto, para leste e para
oeste, como aparece na figura “Greenwich e os meridianos”, na página 20 do
caderno do aluno;
- A rede de coordenadas geográficas formada pelos
paralelos e meridianos permite a localização de qualquer ponto da superfície da
Terra. Todos eles possuem uma latitude, ou seja, uma medida angular em relação
à linha do Equador, e uma longitude, uma medida angular em relação ao meridiano
de Greenwich.
Latitude, longitude e fusos horários
A rede de coordenadas geográficas permite
que cada ponto do planeta tenha um endereço único e exclusivo. Entretanto, não
é simples medir a distância angular de um ponto em direção ao Equador
(latitude) ou em relação ao meridiano de Greenwich (longitude). Vamos abordar
algumas estratégias para a realização deste cálculo.
É possível calcular a latitude com base na
observação dos astros no céu. No hemisfério norte, há séculos os viajantes
utilizam a Estrela Polar como referência para este cálculo. Nas proximidades do
pólo norte, a estrela está acima da cabeça do observador; na altura do
Equador, a estrela está posicionada na linha do horizonte. Assim, quando um
viajante move-se na direção do Pólo Norte, ele enxerga a estrela cada vez mais
elevada no céu. No hemisfério sul, os viajantes costumavam utilizar como
referência a Cruzeiro-do-Sul, constelação mais próxima do Pólo Sul celeste.
Com o auxílio de um instrumento chamado astrolábio (página 23 do caderno do
aluno), uma espécie de compasso inventado pelos gregos há mais de 2 mil anos,
é possível estabelecer a medida em graus entre a estrela-guia e o horizonte
e, assim, determinar a distância angular de um certo ponto em relação ao
Equador, ou seja, determinar a latitude.
Para calcular a longitude, é preciso considerar
o movimento de rotação da Terra. Como já foi visto, o nosso planeta realiza
um giro completo (360°) em torno de si mesmo a cada, aproximadamente, 24 horas.
Então, a cada hora, ela gira 15° (360o/ 24 horas = 15°). Para estabelecer
a longitude de um ponto qualquer da Terra, é preciso saber a hora exata naquele
ponto e a hora exata no meridiano de referência, ou seja, no meridiano de
Greenwich. Então, a diferença entre o horário local e o horário de referência
pode ser convertida em graus, determinando a distância angular que define a
longitude. No mapa dos fusos horários, os fusos que estão a leste (direita) de
Greenwinch têm as horas adiantadas em relação ao horário de referência mundial,
enquanto os fusos a oeste (esquerda), as horas são atrasadas em relação ao
horário de Greenwich, como podemos observar no mapa “Fuso horário civil”, na
página 25 do caderno do aluno. Os fusos
são ajustados em função dos horários oficiais dos países.
8. Os
atributos dos mapas
Vamos aprender as regras básicas da representação cartográfica
contemporânea. Os mapas, além de serem uma reprodução seletiva da realidade,
são também representações convencionais, isto é, obedecem a um conjunto de
regras: as convenções cartográficas. Por isso mesmo, a cartografia é expressa
por meio de alguns atributos fundamentais, tais como título, legenda e escala.
No que diz respeito à escala, vamos apenas introduzir o assunto.
O
título e a legenda
Todo bom mapa deve apresentar um título que informe, de maneira
sucinta, quais foram os fenômenos da realidade selecionados para representar.
A legenda, por sua vez, é o quadro que explicita o significado
dos símbolos e grafismos utilizados no mapa.
A
escala
A escala é também um dos atributos fundamentais do mapa. Ela estabelece
a correspondência entre as distâncias representadas e as distâncias reais da
superfície mapeada.
É preciso reduzir as distâncias reais para poder representar uma
cidade, uma região ou o mundo inteiro em um mapa. É importante observar que,
para a elaboração de um planisfério, por exemplo, as distâncias reais devem ser
reduzidas milhões de vezes.
Há duas classificações de escala: a escala numérica e a escala
gráfica.
A escala numérica se trata de uma operação de divisão e que,
portanto, existe um numerador e um denominador. O numerador é sempre o número
1, enquanto o denominador varia de acordo com a redução realizada.
Em um mapa em escala 1:1.000.000 (lê-se 1 por um milhão), a
superfície representada foi reduzida um milhão de vezes. Em um mapa em escala
1:1.000 (lê-se um para mil), a superfície representada foi reduzida mil vezes.
Vamos pensar: qual destes mapas apresenta uma escala menor? Dica: Quanto maior
é o denominador, menor é a escala do mapa, pois mais vezes as distâncias reais
foram reduzidas para serem representadas no papel. Assim, resposta é
1:1.000.000.
Quando a superfície a ser representada é muito grande, é
necessário usar uma escala pequena. Contudo, quando se representa uma
superfície relativamente pequena, é possível utilizar uma escala grande.
A escala gráfica é uma linha horizontal dividida em centímetros,
que indica diretamente a relação entre as distâncias no mapa e as distâncias
correspondentes na realidade. Com ela, é possível medir a distância entre os
lugares sem precisar recorrer a cálculos matemáticos.
Para usar a escala gráfica, você mede a distância que aparece na
escala (por exemplo, 1cm). Para saber a medida entre duas cidades, você mede
com a régua (por exemplo, 6cm). Como na escala aparece 0 – 120km, quer dizer
que 1cm vale 120km, assim os 6cm de distância entre as cidades, com a régua no
mapa, vale 720km (120 vezes 6).
Observe exemplos de escalas nos mapas das páginas 28, 30, 32 e
33 no caderno do aluno.
9. A cartografia temática
Os mapas podem ser classificados em duas grandes categorias: os
mapas de base e os mapas temáticos. Os mapas de base são aqueles cujo objetivo
é a representação exata e detalhada da superfície terrestre no que diz respeito
à posição, à forma, às dimensões e à identificação dos acidentes no terreno,
assim como dos objetos concretos que nele se encontram. Os mapas temáticos, por
sua vez, buscam a representação de um ou mais fenômenos e das relações que
possam existir entre eles, tendo como base mapas já produzidos.
A
cartografia temática
Como sabemos, os mapas temáticos
representam uma imensa variedade de fenômenos, tanto aqueles originados de
aspectos do meio natural, quanto do ambiente construído.
Representação
qualitativa e quantitativa
A cartografia temática utiliza-se dos
mais diferentes métodos de representação. Dentre eles, o de representação
qualitativa, que retrata fenômenos diversos sem que haja relação de tamanho
entre eles, e o de representação quantitativa, utilizada para expressar
relações de tamanho e proporcionalidade entre os fenômenos.
Textos para 5a. série
/ 6o. ano - 3o. bimestre
10. Os
sistemas naturais
Prof.
Mario– Geografia – 5ª. série
Para compreender as transformações que ocorrem na superfície
terrestre, é preciso estudar os fluxos de matéria e de energia. Cada fluxo
consiste em trajetórias de matéria e energia conectadas em movimentos
contínuos. A maioria dos sistemas naturais é impulsionada pela energia solar,
envolvendo massas de ar, água, matéria mineral e organismos vivos.
Vista de longe, o que pode ser
observado na superfície do planeta? Veja a imagem “Terra” na página 3
do caderno do aluno. Identificamos a presença de massas continentais, das
águas oceânicas e de nuvens. Por meio da evaporação, as águas oceânicas formam
nuvens e podem se precipitar em outras regiões, como nas margens litorâneas dos
continentes (chamamos de ciclo da água). Muitos processos que ocorrem na
superfície terrestre são cíclicos e, portanto, repetem-se continuamente de uma
mesma maneira. Em função disso, ao estudá-los, podemos desenvolver nossa
capacidade de previsão dos acontecimentos.
Na medida em que é possível observar três componentes básicos da
superfície terrestre (continentes, oceanos e nuvens), que outros elementos
podemos afirmar que existem neste planeta?
- Se há
massas continentais, elas são constituídas de rochas;
- A
existência dos oceanos indica uma superfície irregular, na qual foi armazenada
água nas partes mais baixas;
- As
nuvens circulam por uma camada de ar que circunda o planeta.
Até agora identificamos elementos que compõem a superfície
terrestre, bem como suas relações de interdependência. Os elementos
observados podem ser agrupados em diferentes camadas:
-
Litosfera: camada rochosa que cobre o planeta, formando tanto os continentes
como o piso dos oceanos;
-
Hidrosfera: formada pela água dos oceanos, rios, lagos e geleiras;
- Atmosfera:
a camada de ar que envolve a Terra.
É evidente que o limite entre uma camada e outra não é abrupta.
Ou seja, fragmentos rochosos e oxigênio podem ser encontrados nas massas
oceânicas, assim como há água na atmosfera e nas fendas da litosfera. Onde
estaria localizada a esfera da vida, denominada de biosfera? (ver ilustração
“As esferas terrestres” na página 4 do caderno do aluno). A biosfera se
desenvolve na interface entre as três outras esferas. Há uma diversidade dos
materiais presentes na Terra, decorrente das variadas condições de formação dos
materiais terrestres.
Estudo
da formação de minerais
As rochas que formam a litosfera são constituídas de minerais.
Quase todos os minerais são formados pela combinação de dois ou mais elementos
químicos. Como exceções a esse padrão, podem ser citados o ouro, a prata e o
diamante, formados por apenas um elemento. Mas, o aspecto comum a todos os
minerais é o fato deles ocorrerem naturalmente na crosta terrestre.
Em geral, os utensílios e produtos fabricados pelo homem derivam
de minerais. Em função da diversidade de propriedades dos minerais, pode ser
encontrado na natureza qualquer material necessário às necessidades humanas.
Assim:
- para
ferramentas que exigem finas lâminas, utilizam-se minerais que possuem maleabilidade,
como o cobre e a prata;
- se o
produto exige flexibilidade, para a fabricação de objetos curvos que
dificilmente se quebram, utiliza-se vermiculita ou talco;
- se a
necessidade é de fabricar um material com resistência para riscar e cortar
outros materiais, é preciso utilizar minerais com maior dureza, como o
diamante;
- para
a fabricação de lentes e outros materiais transparentes, será preciso utilizar
minerais translúcidos, como o quartzo.
Assim, as propriedades apresentadas das rochas são
maleabilidade, flexibilidade, dureza, translucidez, cor e brilho (metálico e
não-metálico). A formação de quase todos os minerais ocorre em profundidades
muito maiores do que o homem pode observar, em condições de temperatura e
pressão extremamente elevadas. Contudo, o estudo dos minerais e,
principalmente, da formação de seus cristais, é uma boa oportunidade para se
compreender como as rochas foram originadas.
O cristal é a forma sólida na qual os elementos do mineral
foram organizados. Cada mineral apresenta um padrão característico de cristais.
Observando-se o desenvolvimento de cristais, pode-se concluir a respeito da
variedade de características de materiais diferentes. O tamanho dos cristais
de um mineral depende da velocidade de sua formação. Quanto mais rápida for a
formação do cristal, menor ele será. Quer ver? Prepare em casa uma solução
saturada de sal de cozinha, dissolvendo sal em duas vasilhas rasas de vidro
refratário com água quente (não faça sozinho). Uma das vasilhas deve ser levada
ao fogo, provocando a rápida evaporação da água. A outra deve ficar em repouso
até o dia seguinte. No fundo das duas vasilhas, podem ser observadas placas de
cristais de sal, mas, na vasilha em que a evaporação foi mais lenta, as placas
são maiores. As condições no interior da Terra poderiam causar a variação no
tamanho dos cristais. Em uma erupção vulcânica, as lavas do vulcão derramam
material incandescente sobre a superfície terrestre e o contato com a atmosfera
provoca um resfriamento mais rápido. Em outras situações, as rochas foram
formadas por minerais que se resfriaram muito mais lentamente.
A constituição da crosta terrestre é
basicamente de rochas. Como as rochas são materiais resultantes da junção
natural de minerais, o estudo da composição, da textura (por meio do tamanho
dos grãos) e da estrutura (formas cristalinas) dos minerais permite uma
melhor compreensão das formações rochosas. Assim, as rochas podem ser
classificadas, de acordo com sua origem, em três grupos principais:
-
Rochas ígneas: formadas pelo resfriamento e endurecimento de material fundido.
Dependendo da velocidade de seu resfriamento, apresentará cristais maiores ou
menores;
-
Rochas sedimentares: formadas pelo desgaste de outras rochas e pelo acúmulo e
compactação de sedimentos nas partes mais baixas do relevo e;
-
Rochas metamórficas: formadas pela alteração de rochas pré-existentes, seja
por aumento de calor ou pressão sobre elas.
O ciclo
das rochas
Vocês estão habituados a observar mudanças bruscas de
temperatura ou mesmo os danos provocados na cidade por um forte temporal. O que
pode parecer estranho é que tudo está em transformação na superfície
terrestre, mesmo as coisas que aparentemente estão estáticas. Esse é o caso das
rochas que envolvem o planeta. O interior do planeta é bastante ativo e promove
uma dinâmica muito intensa das rochas submetidas a variações de pressão e
temperatura, como abalos sísmicos e atividades vulcânicas. Alguns processos
ocorrem numa escala de tempo que, muitas vezes, é bem mais longa do que a vida
de um homem:
-
Calcula-se que 95% da crosta terrestre é formada por rochas cristalinas (ígneas
e metamórficas) e apenas 5% da massa rochosa é formada por rochas
sedimentares;
-
Porém, quando se considera a proporção desses tipos de rochas que estão
expostas a céu aberto, a situação se inverte: 75% das rochas são sedimentares e
apenas 25% são cristalinas;
- As
rochas ígneas são mais antigas que as rochas sedimentares.
Esses dados indicam, a respeito da história da crosta
terrestre, que as camadas superficiais foram formadas depois das camadas
interiores da crosta. As rochas sedimentares predominam no ambiente de céu
aberto, apesar da maioria das rochas que forma a litosfera ser de rochas ígneas
e metamórficas. Isso acontece porque as rochas sedimentares, mais recentes,
formam uma camada rochosa sobre as mais antigas e elas se originam da
desagregação e do depósito dos materiais das rochas cristalinas e metamórficas,
resultado de intemperismo, erosão, transporte e litificação.
Observe o esquema “O ciclo das rochas” na página 7 no caderno do
aluno: ele apresenta o processo de formação de rochas cristalinas, desgaste de
formações rochosas, erosão e deposição de sedimentos, solidificação de novas
rochas, e assim sucessivamente.
Muitos outros ciclos naturais poderiam ser estudados, além do
ciclo da água e das rochas, bastante estudados nas séries iniciais. Os
ciclos do dióxido de carbono e do nitrogênio são importantes também. O dióxido
de carbono (CO2) é um gás extremamente importante para a manutenção
da temperatura da superfície terrestre e o crescimento das plantas. Apesar de
a atmosfera da Terra apresentar atualmente um nível baixíssimo de dióxido de
carbono (0,03%), é essa concentração que conserva calor no ar, promovendo o
efeito estufa. Por sua vez, o nitrogênio é o gás mais abundante da atmosfera
(80% dela). Como ele se encontra quase totalmente no ar, os microorganismos
exercem um papel importante de transferência para o solo e para a água, garantindo
sua absorção pelos seres vivos. O nitrogênio é fundamental para a manutenção
da vida no planeta, uma vez que ele é importante na formação das proteínas.
Graças a sua enorme importância na
manutenção dos ciclos naturais e na manutenção da vida na Terra, vamos dar uma
atenção especial à água. Afinal, a Terra é vista do espaço como um planeta azul
por ser praticamente 70% coberta por superfícies aquosas. Além disso, veremos
como as formas de uso dos recursos hidrícos se transformam ao longo da história
humana.
Apesar da abundância dos recursos hídricos
na Terra, sua distribuição é bastante desigual pelos continentes. O problema do
acesso à água potável acontece, especialmente, nos países mais pobres. Por
causa da poluição e da super exploração, a água potável é atualmente
considerada um recurso natural finito. É necessário uma atitude responsável no
que se refere à preservação da água.
Veja alguns dados aproximados a respeito
do consumo residencial de água: cinco minutos com a torneira do banheiro meio
aberta - 80 litros ;
15 minutos de banho de chuveiro - 144 litros ; seis segundos de válvula da
descarga - 30 litros ;
15 minutos com a torneira da cozinha aberta - 243 litros ; lavadora de
roupas de cinco quilos - 135
litros ; 15 minutos com a torneira do tanque aberta - 279 litros ; 30 minutos
com a mangueira aberta para lavar o carro - 216 litros ; 15 minutos
com o esguicho aberto para lavar a calçada - 243 litros (fonte: Associação
de Defesa e Orientação do Cidadão). Pense na rotina de sua casa, considerando
os hábitos de todas as pessoas que lá residem e analise a situação doméstica.
Quais medidas para um consumo mais responsável e economizar o volume de água no
seu dia a dia?
Algumas formas de evitar o desperdício
do uso da água no banho, na cozinha, no quintal e em outras dependências da
casa são:
- na hora
do banho, em vez de manter o chuveiro ligado o tempo todo, pode-se molhar o
corpo, desligar a água enquanto usa o sabonete e, somente depois, abri-lo para
se enxaguar;
- não escovar os dentes com a torneira aberta;
- para evitar o uso prolongado da descarga, não jogar
objetos e papel no vaso sanitário;
- na cozinha, molhar a louça de uma só vez e, depois,
abrir a torneira quando tudo já estiver ensaboado;
- lavar o carro, o quintal e a calçada com balde,
evitando o uso da mangueira.
O desenvolvimento
de uma campanha de consumo responsável da água ajudaria: você pode distribuir
cartazes em sua própria casa e assim, divulga propostas de mudança de conduta.
Depois de um mês, vemos a diferença na conta de água. No início vamos encontrar
algumas dificuldades, mas os resultados obtidos em termos de consumo de água
serão gratificantes.
A presença da água nos ciclos da natureza
A presença da água nos ciclos da natureza
A água está presente em toda parte, não
apenas nos reservatórios que compõem a hidrosfera. Para buscar essa evidência,
realize dois experimentos em casa: no primeiro deles, com a ajuda dos pais ou
responsável, escolha um galho de árvore no quintal, no jardim ou na rua. Para
quem mora em apartamento, pode escolher alguma planta ornamental que esteja em
um vaso. Com cuidado, para não quebrar o galho, coloque um saco plástico na
extremidade da planta, amarrando a ponta com o barbante. No segundo
experimento, reserve no congelador um copo de vidro vazio. Após 24 horas,
enquanto retira o saco plástico do galho, deixe na pia da cozinha o copo de
vidro que estava no congelador. No primeiro caso, houve o acúmulo de água no
saco plástico, originado da transpiração da planta. Imaginem a quantidade de
água que as plantas de uma floresta tropical transferem para a atmosfera! No
segundo caso, como a superfície do copo de vidro estava mais fria que o ar ao
seu redor, ocorreu o processo de condensação do vapor de água existente no
ambiente. Por isso que, com a chegada de uma frente fria, há uma queda brusca
de temperatura e normalmente provoca chuvas.
A importância histórica da água
Uma vez analisado o papel da água nos
processos naturais, vamos realçar ainda mais a sua importância, discutindo o
uso dos recursos hídricos no desenvolvimento humano. Vamos identificar a
estreita relação entre a localização dos assentamentos humanos e a
disponibilidade dos recursos hídricos, seja para o abastecimento da população e
para o transporte, seja, principalmente, para a irrigação, que permite expandir
as áreas de cultivo e aumentar a produção agrícola.
Muitas cidades na Antiguidade
surgiram ao redor de rios localizados no norte da África e na Ásia: núcleos
urbanos que surgiram às margens do Rio Nilo, como Tebas, Luxor, Mênfis e Assua;
outro exemplo são os rios Tigre e Eufrates, em cujas margens surgiram as cidades
de Ur, Lagash, Nínive, Mari e Kish; na Índia, os núcleos urbanos às margens do
Rio Indo e, na China, ao redor dos rios Huang-ho e Yang tsé-kiang. O rio Nilo
foi muito importante para a civilização que se desenvolveu no Egito antigo e
ainda tem grande importância ecológica e econômica. Até atingir sua foz, no Mar
Mediterrâneo, o Nilo percorre uma região desértica. Do ponto de vista
ecológico, são suas águas que mantêm a vida naquela região. Sem ele não teria
havido condições para o desenvolvimento da agricultura. O Nilo foi também
fundamental para a comunicação entre diferentes assentamentos humanos
pertencentes à civilização egípcia.
Em áreas mais planas, os rios inundam uma
extensa área ao seu redor nos períodos das cheias. Nos períodos da estiagem, o
volume das águas diminui, expondo os solos de sua várzea. É o que acontece com
o Rio Amazonas. Parte das populações ribeirinhas amâzonicas se protege dos
efeitos potencialmente danosos das variações sazonais do rio construindo
palafitas, tais como as que aparecem na Figura “Palafitas na beira do Rio
Negro” na página 13 do caderno do aluno. Imagine como essas variações afetariam
seus deslocamentos diários, se você vivesse em uma palafita. No mínimo,
viveríamos duas situações cotidianas: na primeira delas, vários dias que a
chuva cai sem parar. As casas praticamente ficam no nível das águas e é
possível, inclusive, aproximar o barco da porta da cozinha. Numa outra situação
extrema, o nível do rio está bem baixo e é preciso descer escadas para se
alcançar sua margem. As pessoas ficam mais fora da casa, mas também é mais
difícil se deslocar para outras localidades. A situação social dos moradores
das palafitas é precária: na maior parte dos casos são populações pobres e com
acesso difícil aos serviços públicos básicos, tais como saúde e educação.
12. Natureza e sociedade na modelagem do relevo
Desde o começo do bimestre, o objetivo é
enfatizar a compreensão do sistema terrestre como resultado da interação entre
a atmosfera, a crosta terrestre e os organismos vivos. Estudamos a importância
do ciclo da água, mas precisamos estar atentos a muitos outros processos que
tornam a superfície da Terra um ambiente dinâmico e em permanente
transformação. E isso ocorre por meio da força de alguns importantes agentes de
modelação do relevo, como o vento, a chuva, o deslocamento de geleiras e o
curso dos rios. As formas de relevo também podem ser analisadas tendo em vista
a ação de vários agentes internos e externos, movidos pelas forças da natureza
e do trabalho humano.
As transformações que ocorrem na superfície
terrestre podem ser lentas, como é o caso do desgaste das encostas de uma
montanha pelo deslizamento de geleiras, ou muito rápidas, quando ocorre no
mesmo lugar uma grande avalanche de neve. Vamos pensar a respeito das
transformações que esses agentes provocam, assim como da modelagem de novas
formas de relevo.
A força do vento
O desgaste provocado pelo vento depende da
quantidade e do tamanho das partículas transportadas. Nos países desérticos,
por exemplo, os postes instalados na beira das estradas precisam da proteção de
chapas de aço na sua base. Caso contrário, em pouco tempo estariam gastos pela
corrosão dos jatos de areia trazidos pelos ventos, e não ficariam em pé. Ventos fortes, com
velocidade acima de 50 km/h ,
quebram galhos de árvores e arrancam telhas, que pesam aproximadamente 2 kg . Quando o vento é muito forte, uma
grande quantidade de areia é transportada por milhares de quilômetros. O que
acontece com esse material em movimento? O material desgastado pelo vento num
dado local pode ser transportado e depositado em outras regiões. É o que ocorre
com os sedimentos provenientes das regiões desérticas do norte da África, que
são depositados na Alemanha e até mesmo na Inglaterra.
A força da gota de chuva
Quando as gotas de chuva caem sobre o solo
descoberto, isto é, sem cobertura vegetal, elas podem compactá-lo ou, ainda,
desagregá-lo aos poucos. Procure
imaginar o impacto de uma chuva forte em um solo sem cobertura de vegetação. O
que você acha que acontece? Há o deslocamento de partículas do solo pelo
impacto de chuva, um escoamento superficial e a formação de ravinas (grandes
buracos de erosão).
A força dos rios
Os rios colaboram para o desgaste do relevo
e, ao mesmo tempo, transporta sedimentos que serão depositados em outros
locais. O tempo que uma rocha leva para ser desgastada por um rio pode ser
calculado em localidades às margens do Rio Nilo, no Egito, onde se formaram
corredeiras e cachoeiras. Ao medir a profundidade do desgaste anual, os
estudiosos obtiveram evidências de que o rio leva cerca de 500 anos para
desgastar 1 m
de rocha. Segundo a Agência Nacional de Águas, o
Rio Amazonas deságua no mar cerca de 209 mil m3/s (metros cúbicos
por segundo) da água doce que atualmente chega aos oceanos (20%), despejando no
Atlântico 600 milhões de toneladas de sedimentos por ano.
A força do gelo
As gigantescas massas de gelo que formam as
geleiras movimentam-se muito lentamente (a maioria delas move-se apenas alguns
milímetros por ano). No entanto, com a elevação de temperatura, na primavera,
as geleiras podem se mover com velocidade dez vezes maior à comum. Na Groenlândia,
por exemplo, há uma das geleiras mais "velozes", que chega a se
deslocar 15 a
18 metros
por dia. A neve acumulada nos topos pode despencar morro abaixo, formando
avalanches (ou avalanchas) que alcançam mais de 300 km/h . Nessa
velocidade, a neve pode atingir o fundo do vale e ainda subir do outro lado da
encosta centenas de metros, arrancando grandes árvores e soterrando tudo o que
encontra pela frente. Da maneira
que as geleiras se movimentam (arrastamento da geleira por longas distâncias e
possíveis avalanches), não é difícil identificar um depósito glacial originado
por essa movimentação, mesmo em regiões que atualmente não possuem mais neve,
porque esses sedimentos, de origem glacial, são bastante heterogêneos, com
materiais rochosos e vestígios de seres vivos de diferentes regiões.
Erosão fluvial e a modelagem do relevo terrestre
Entre os agentes modeladores do relevo,
deve-se dar atenção especial aos rios, dada sua capacidade de erosão,
transporte e deposição. Observem as fotos da página 16, que representam
trechos do Rio Jacaré-Pepira, localizado no interior do Estado de São Paulo,
próximos à cidade de Brotas. Trata-se de um rio bastante utilizado para a
prática de esportes radicais, como o rafting ou a remada de caiaque. Nas imagens apresentadas, ocorre o
predomínio da erosão e do transporte de sedimentos ou de deposição de
sedimentos? Os processos erosivos e o transporte de sedimentos são
predominantes. Chegamos a essa conclusão pela grande velocidade da água e pela
existência de corredeiras.
As obras de engenharia na calha dos rios
O Rio Tietê é o mais importante rio para os
paulistas. Afinal, por meio do Rio Tietê, os bandeirantes exploraram o interior
do continente em busca de riquezas, transformando o rio numa espécie de
estrada fluvial. Desde a fundação de São Paulo, formou-se ao redor do Rio Tietê
um eixo de desenvolvimento de inúmeras cidades, que aproveitaram suas águas não
apenas para o transporte, mas também para o abastecimento da população, e, com
o decorrer do tempo, para a produção de energia elétrica e irrigação dos
campos agrícolas. O Rio Tietê não é importante apenas para o Estado de São
Paulo. Ele foi a porta de entrada para o Brasil Central no século XVII e,
hoje, por meio da Hidrovia Tietê-Paraná, é essencial para o escoamento de
produtos brasileiros para os países do Mercosul (Argentina, Paraguai e
Uruguai). Se observarmos seu percurso pelos mapas do atlas geográfico escolar,
encontraremos grandes obras de engenharia ao longo do curso do rio, que são as
usinas hidrelétricas (intervenções humanas para utilizar a força das águas do
rio para geração de energia). O Rio
Tietê nasce nas encostas da Serra do Mar, no município de Salesópolis,
atravessa o Planalto Atlântico e percorre o interior paulista até desaguar no
Rio Paraná, no município de Itapura. Entre os inúmeros afluentes do Tietê, o
Rio Piracicaba será o mais fácil de localizar nos atlas escolares. No curso do Tietê foram construídas
inúmeras represas, como a de
Barra Bonita, Promissão, Nova Avanhandava, Três irmãos, entre outras. Elasforam
construídas, ainda que sejam utilizadas para a prática do lazer, abastecimento
de água e irrigação, para gerar energia hidrelétrica.
Outras formas de intervenção humana nos
cursos de água, além das barragens das usinas hidrelétricas, são os canais
artificiais e as eclusas. Um bom exemplo de canal é o localizado no trecho da
Marginal do Rio Pinheiros, na cidade de São Paulo (figura página 19). Para o
caso da eclusa, o exemplo escolhido foi a da Hidrovia Tietê-Paraná (figura página
18). Na Hidrovia Tietê-Paraná, o curso do rio foi desviado para a realização
da obra, o leito do rio foi dinamitado para o aprofundamento da calha,
máquinas escavadeiras foram utilizadas para retirar o entulho e foram
construídos muros de contenção nas paredes laterais. As eclusas funcionam como
uma espécie de "elevador hidráulico", permitindo que as embarcações
atravessem as barragens das hidrelétricas e percorram o curso do rio adiante.
No caso da Marginal do Rio Pinheiros, com a retificação do leito do rio, foram
construídas avenidas para a circulação de automóveis na cidade de São Paulo.
13. O clima, o tempo e a vida humana
Vamos trabalhar com os fenômenos observados
numa das esferas do sistema terrestre que mais diretamente impuseram limitações
à vida humana na escala global: a atmosfera. Assim, nas latitudes elevadas da
zona polar, onde as temperaturas médias ficam abaixo de 20°C negativos e as camadas de
gelo raramente ou nunca derretem, as condições de adaptação são bastante
restritas ou quase inexistentes. O mesmo se pode dizer das condições de aridez
extrema dos grandes desertos da Ásia Central e do Saara africano, por exemplo,
ocupados por comunidades esparsas e altamente especializadas na sobrevivência
em condições tão adversas para a vida humana. A observação e os conhecimentos
das condições atmosféricas ajudam o homem na sua adaptação em praticamente
todos os ambientes terrestres.
Os eventos atmosféricos, tais como a
ocorrência de fortes pancadas de chuva, estiagens prolongadas e ventos fortes,
normalmente recebem um grande destaque da imprensa. Contudo, é muito comum que
a notícia esteja relacionada com a destruição de vias públicas, alagamentos e
deslizamentos, sem um comentário mais crítico da ocupação de áreas inundáveis,
da qualidade das construções e da falta de investimentos governamentais na
infraestrutura urbana. Vamos ler duas notícias veiculadas pela imprensa nas
páginas 24 e 25 “Chuva causa estragos em dez cidades de SP” e “Em MG, chuva
danifica quase cem carros”. As
duas destacam os danos causados em cidades durante um período de chuvas
intensas. Nas duas notícias o
excesso de chuvas é apontado como causador dos danos. Mas as ações humanas aumentam a
vulnerabilidade dos ambientes, tornando-os mais suscetíveis a desastres. Para isso,
podemos retomar o exemplo do canal artificial na Marginal do Rio Pinheiros. Em
muitas outras várzeas de rio, a intervenção humana teve como objetivo o
controle do transbordamento natural dos cursos de água no período das chuvas
para a construção de avenidas resultando no alagamento de casas e ruas que
ocuparam essas áreas inundáveis e a impermeabilização do solo urbano, sem condições
de infiltração da água pluvial.
Observação do tempo atmosférico
A observação das condições atmosféricas é
muito antiga. Tempo atmosférico é uma combinação das condições atmosféricas
num dado momento e clima é a sucessão habitual dos tipos de tempo em um dado
lugar.
Padrões de circulação de massas de ar e tipos climáticos
A atmosfera é muito dinâmica e está sempre em movimento. O
determinante fundamental da circulação das massas de ar é a entrada de radiação
solar no ambiente terrestre, provocando diferenças de aquecimento da atmosfera,
dos oceanos e dos continentes. Os ventos e as chuvas são resultados desse
processo.
Se não existisse o movimento de rotação, a
circulação atmosférica seria diferente: na faixa equatorial, as massas de ar
mais aquecidas pela radiação solar, por serem quentes e leves, realizariam um
movimento ascendente. Com o resfriamento dessas massas de ar nas grandes altitudes,
inicia-se um movimento descendente. As massas de ar formadas nos polos são
frias e mais densas, movimentando-se em direção aos trópicos, mais próximas da
superfície. Agora, com o efeito do movimento de rotação na circulação das massas
de ar, à medida que a massa de ar se desloca, ela sofre um desvio para oeste e
jamais chega aos polos. Ela sofre um movimento descendente na faixa entre 20 e
30 graus de latitude. Esse é um ar seco, uma vez que foi perdendo umidade no
decorrer de sua trajetória.
Os meteorologistas acompanham o movimento
das massas de ar no decorrer das semanas por meio das imagens de satélite. Se
determinada área estiver sob influência das massas de ar equatoriais, as
temperaturas e a umidade são elevadas, estando o ambiente sujeito a chuvas
fortes no decorrer do período. Por sua vez, a chegada de uma massa de ar polar
provoca a queda da temperatura, com possibilidades de chuva fina e constante.
São esses movimentos circulares da atmosfera que estabelecem um padrão climático,
ou seja, uma sucessão habitual de tempos atmosféricos que definem os tipos
climáticos.
Previsão do tempo e a vida humana
Escreva uma redação sobre a influência
do tempo atmosférico em sua vida na última semana.
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