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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

DEZ ANOS DE COTAS

DEZ ANOS DE COTAS NO BRASIL
...O QUE AINDA PRECISA SER FEITO.
O sistema de cotas americano
Até o começo dos anos 60, a discriminação racial nos Estados Unidos era pesada e amparada na legislação. Os negros eram proibidos de morar em determinados bairros, estudar em escolas de maioria branca e até fazer compras em certos armazéns. Uma cena comum era ver espalhadas em terminais rodoviários e ferroviários placas que indicavam as salas de espera, os banheiros e as pensões "for colored people" (para pessoas de cor). Nos ônibus e trens, assentos eram reservados no fundo dos coletivos para passageiros negros, mesmo que houvesse lugares vazios nos bancos da frente.
A partir dessa época, o governo americano, pressionado por demonstrações crescentes de insatisfação na comunidade negra, foi levado a alterar as leis sobre a questão racial. Um dos resultados desse processo foi o estabelecimento de um sistema de cotas. Nas universidades e na administração pública, um porcentual das vagas foi reservado aos negros. O sistema funciona até hoje e a cota varia de Estado para Estado, conforme a densidade de negros na população. Na média nacional, os negros representam 12% dos habitantes. O setor privado recebe incentivos fiscais quando contrata negros em vez de brancos. A implantação das chamadas "políticas afirmativas" melhorou a qualidade de vida dos negros americanos. Graças a ela, um em cada três negros vive hoje com padrão anteriormente exclusivo dos brancos.
Atualmente, a manutenção das cotas é um dos acirrados debates da sociedade americana. Principalmente entre os brancos. O argumento mais comum contra as cotas é que o sistema seria também racista, já que supõe que os negros sejam estruturalmente menos capacitados do que os brancos, e portanto precisam ter suas vagas asseguradas na faculdade ou no emprego público. A verdade é que foi um recurso para combater a discriminação.

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